O texto que se segue é do Francisco António Esteves – O
Chico
1º Cabo 2524
Bem haja a todos!
Bem haja a todos!
No Golungo Alto, enquanto
alguns de nós tirava carta de condução, um nosso militar que era conhecido como
“alfaiate”, para fazer jus ao que fazia na vida civil, arranjou conhecimento
com um senhor – também ele alfaiate – ali estabelecido e que deixou que o nosso
fizesse alguns biscates para ele.
O tempo ia decorrendo
normalmente, sem qualquer incidente…
O patrão alfaiate tinha
esposa, cabrita, bonita e, como se costuma dizer, “O lume ao pé da estopa, vai
o diabo e sopra”. Ora o empregado alfaiate, na ausência do patrão, ia “dando
uns pontos noutra fazenda” e, “tantas vezes o cântaro vai à fonte, que um dia
deixa lá a asa”, foi surpreendido pelo patrão!
Ainda ele tentou desmentir
tudo, mas de nada valeu.
O empregado ainda lhe disse:
“Eu não lhe ia fazer tal desconsideração e além disso, depois de comer isso faz
mal!”
O patrão, retrucando-lhe
disse:
“Oh homem, cale-se lá com isso que eu tenho feito algumas vezes e nunca
me aconteceu nada!”
O empregado lá ficou com o
recado, mas o biscate, esse, foi-se!
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