O texto de hoje é meu.
Espero que tenham tido um excelente fim de semana.
Boa semana para todos!
Abraço para todos do vosso amigo Aires - 1º Cabo 2625
Quando a CART.422, "Os Maçaricos", chegou ao Zalala era já madrugada.
A viagem do Quitexe até ali tinha demorado tempos infinitos. As picadas eram más e o tempo não ajudou em nada. Tinha chovido imenso e tudo o que queríamos era chegar ao destino sãos e salvos.
Na azáfama dos que chegam e dos que vão embora, na hora de arrumarmos as nossas malas e sacos, dei por falta do meu saco de lona, que continha a minha roupa camuflada. Fiquei aflito. O camuflado, como devem imaginar, era indispensável!
Procura aqui, procura ali e nada!...
Fui logo ter com o Quim Carreira, que era um desenrascado mais ou menos e dei-lhe conta do que me tinha acontecido.
Resposta imediata do Carreira:
- Fica calado. Não digas nada a mais NINGUÉM!
Horas mais tarde, já a companhia que fomos render tinha abandonado o Zalala, vejo o Carreira. Lá vinha ele não com 1, mas com 2 sacos de lona.
- Guarda aí isso que depois falamos. Boca calada, ok? - disse-me ele.
Passados uns dois dias, estávamos já nós mais que instalados, o Carreira veio ter comigo. Disse pra ir buscar os sacos para vermos os dois o que continham.
Abrimos os sacos e lá estavam os camuflados...
Cheguei a pensar que eram dos nossos colegas militares, mas para minha surpresa e ainda bem, não eram de ninguém da nossa companhia.
Eram camuflados usados, MUITO USADOS, por sinal. O que significava que teriam pertencido aos militares que fomos render.
Fiquei aliviado...
E é assim mesmo que o velhinho ditado diz:
"A Tropa manda desenrascar!"
No meu caso digo:
O meu amigo Carreira desenrascou-me!
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